Dos Ignorantes

10-12-2006

"Há tantas maneiras de escrever isto. Tantas que acabo por me perder no vazio (do que me faz doer a cabeça) enquanto falam comigo. Há tantas maneiras como as que podiam ter mudado os passos que dei até hoje. E falar sobre seja o que for nunca foi, e jamais será, o meu forte. É verdade que esta não é a melhor altura para ter uma conversa com cabeça, tronco e membros - visto já nem ter os últimos. Não é. Mas, e pergunto-me, quando será então? São as mil e uma provas que se juntam às minhas mãos como a um íman, os pedaços de metal, - são as provas por que tenho esperado. Não, não vou dizer do quê. Já me repeti até ao excesso e acabei por chegar a um lugar em que nem as palavras escritas me faziam sentido. O silêncio... sempre presente a liderar os lábios.

"Há lugares para tudo" - dizes-me ao ouvido de novo em paz.

Se assim é, arruma-me num desses lugares, por favor."

Maria Rocha