"Em três dias estará tudo terminado. Ainda não o sabemos, mas em setenta e duas horas o teu perfume desaparecerá do meu carro para dar lugar ao cheiro dos cigarros consumidos na pressa dos dias.
Sempre soubemos que esse dia chegaria um dia; soubemo-lo a tantos dias quantos os que agora faltam para tudo terminar. Os motivos, tantos, amontoam-se em caixotes na minha cabeça.
(...) Ambos olham-nos ao longe - Manel pensa que estará tudo bem entre nós, insisto para que não me largues a mão. Quero que pense que somos felizes como sempre lhe disse que éramos. É essa a ideia que sempre quis passar. Assim, daqui a três dias, sempre vou poder dizer que só não deu porque não tinha que dar. Que afinal talvez ainda não estivéssemos preparados para a perfeição um do outro.
Numa palavra, mentir-lhe-ei. "
Cartas a Mónica - Paulo Ferreira
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