Saturday, February 2, 2008

O Tesouro

17-05-2005

Ultimamente não tenho tido muitas certezas de nada e tenho posto tudo em questão. Como se andasse por um túnel sem luz e sem orientação...e sozinho, sempre sozinho. Quando se poem em dúvidas as certezas absolutas muros caiem e mundos colidem. E apesar de pensar que que não haveria sobreviventes de tal holocausto heis com que me deparo debaixo dos escombros algo que possivelmente eu escolhi tapar. O tesouro mais puro de todos. E eu tapei esse tesouro sobre lixo e matérias impuras que sempre atormentaram a minha alma. Estas noites tenho me deparado com um mundo em ruínas e cada vez a degradar-se mais, onde o sol não brilha, onde a noite parece ser eterna. E olhei para o meu mundo e chorei. Chorei de raiva, de ódio e de tristeza. O que fazer perante tanta destruição? Não será melhor procurar outro mundo? Começar de novo, noutro local, noutra vida? Simplesmente desistir do jogo (JÁ CHEGA! TOU FARTO!!). Eu sei que não posso desistir do jogo, possivelmente noutros mundos desisti, mas não agora, não neste mundo...Então o que fazer num mundo destruído? Qual o caminho a tomar? Qual o caminho a seguir? Enquanto pensei nisto, o desespero tomava aos poucos de mim, sufocava-me a respiração, não me deixava engolir. A solidão invadiu todo o meu ser, a dizer que mais uma vez ia voltar para ela de vez e que ela me ia proteger de todos os outros que me fazem mal, que não deixaria ninguém se aproximar. O orgulho dizia-me que o mundo caiu porque erraram, porque não cumpriram o que era suposto cumprir, que o mundo caiu porque no fundo não me respeitaram. O cansaço passou por mim e deitou-se sobre as minhas costas, disse-me que eu devia andar carregado com ele, que devia sofrer com o seu peso porque ele sentia que era o que eu queria. A fome tapou-me a boca e lançou-me uma maldição: "Sentirás fome mas o teu estômago nao aceitará a tua comida porque ele quer tu sofras pelos teus crimes cometidos. Perdido eu vaguiem pelo o mundo em escombros á procura de algoque me libertasse deste mundo ou de algo que o consertasse e cada vez me senti mais só por sentir que estava sozinho nesta busca. Nos escombros do centro do mundo, eu tive a ajuda mais inesperada de todas, tive um raio de luz que me mostrou que o tesouro existe que ele é real e quando olhei para ele percebi que realmente nunca tinha visto até aquele momento. E quando vi ao meu redor reparei que não estava sozinho, reparei que tinha ajuda para reconstruir o mundo. Mas a fome, o orgulho, o cansaço e a solidão nao desapareceram, eles continuam presentes no meio dos escombros á procura de um colapso final meu para me dominarem. Agora sei que ninguém mais que não eu pode reconstruir o meu mundo, que ninguém me pode dar a paz interior que tanto procuro a não ser eu. Mas agora eu vejo o tesouro claramente, agora compreendo o seu significado, o seu valor, a sua importância e principalmente a sua pureza. Tentarei não deixar que ele se afunde em destroços e em lixo, irei sempre não o negar e esconder como aconteceu no passado. Porque mesmo sem o meu mundo, mesmo sem a pessoa que coloquei nesse mundo, irei ter sempre o meu tesouro. E esse ninguém mo pode roubar...

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