Wednesday, September 10, 2008

Labirinto

12-12-2006

Depois de tanto procurar uma saída, o rato irrita-se por ir bater sempre à mesma parede. Aquela que tem o seu nome escrito em sangue. E o rato não aguenta mais. Grita e lança-se contra a parede na tentativa de a partir de uma vez por todas. Mas ela não parte. Ela não cede. Porque o rato não pode atingir o que não está realmente lá. E o rato irrita-se por bater em algo que não está e (provavelmente) nunca esteve lá. O rato sabe que o seu tempo é curto, que irá findar na boca de um gato qualquer (ou gata). Mas a sua raiva ultrupassa o seu diminuto e frágil corpo. Ela cresce ao ver que as paredes que o cercaram não passavam de mentiras lhe oferecidas apartadas em fios e alfinetes. Com a testa a sangrar, ele deixa-se cair sobre a parede, lentamente. Sentindo bem toda a superficie áspera daquela parede que um dia chamou de sua, aquela que agora não está lá. O seu cansaço é tanto que ele apenas fecha os olhos (mais uma vez) com a esperança que amanhã ao acordar ela já lá não esteja.

O rato está farto do labirinto.

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